58% das fraudes identificadas no INSS seriam evitadas com sistema obrigatório de Biometria, aponta documento da Polícia Federal
Um documento interno da Polícia Federal, mencionado em reportagem recente da Revista Piauí, revela que cerca de 58% das fraudes detectadas no INSS poderiam ter sido evitadas com a adoção de verificação biométrica obrigatória em etapas críticas do processo de concessão e manutenção de benefícios. Esses dados reforçam a urgência de projetos que integrem tecnologia de identificação com a atuação qualificada da Perícia Médica Federal.
Ao longo de anos, a Polícia Federal enviou relatórios e ofícios ao INSS apontando vulnerabilidades no sistema de identificação dos segurados. Estima-se que, sem verificação biométrica em cadastro, requerimento, concessão, prova de vida e pagamento, as fraudes prosperam ao permitir registros falsos ou múltiplos benefícios para um mesmo indivíduo.
Segundo o levantamento, golpes que poderiam ser barradas pela biometria chegaram a 11, 3 bilhões de reais em perdas. A magnitude desses valores demonstra que a simples implementação de checagem biométrica não é apenas um aperfeiçoamento operacional, mas uma medida prioritária de governança fiscal.
A proposta incluia aproveitar bases já existentes (por exemplo, biometria da Justiça Eleitoral) para acelerar a cobertura e reduzir custos. Contudo, tal integração exige protocolos rigorosos de segurança de dados, privacidade e interoperabilidade entre sistemas governamentais.
A Perícia Médica Federal, ao avaliar incapacidade ou revisão de condição, pode contar com identificação biométrica segura do periciado, evitando uso de documentos falsos. A checagem presencial ou por telemedicina com confirmação biométrica dá embasamento extra ao laudo, garantindo autenticidade do exame físico e do perfil do solicitante.
É imprescindível a combinação de soluções tecnológicas com a atuação qualificada e ampliada da Perícia Médica Federal, apoiada pela recomposição do quadro de servidores (atualmente deficitário), infraestrutura adequada, governança integrada e rigor ético. Somente dessa forma o INSS poderá reduzir vulnerabilidades históricas, assegurar a entrega correta de benefícios e restabelecer a confiança dos segurados.
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