Como o uso excessivo do celular afeta o tempo de preparação para Concursos Médicos?
A percepção de falta de tempo é uma das queixas mais frequentes entre médicos que se preparam para concursos públicos. Contudo, análises recentes sobre comportamento digital mostram que parte significativa dessa sensação está diretamente relacionada ao uso excessivo de dispositivos móveis, especialmente redes sociais baseadas em vídeos curtos e conteúdos de gratificação imediata.
Grande parte dos candidatos acredita que dedica “pouquíssimo tempo” ao celular. No entanto, ao consultar o relatório de Tempo de Tela, a realidade costuma surpreender. O que se imagina ser algo em torno de 30 a 40 minutos diários muitas vezes ultrapassa 3, 4 ou até 5 horas por dia.
Essa discrepância não é individual: trata-se de um comportamento típico de usuários expostos a ambientes digitais projetados para maximizar retenção e engajamento.
Plataformas como Instagram, TikTok e outras redes baseiam-se em estímulos rápidos e sucessivos, criando ciclos de recompensa neurológica imediata. Esse formato fragmenta a atenção e prejudica a capacidade de manter foco sustentado, habilidade fundamental para a preparação em concursos de alta complexidade, como os da área médica.
Do ponto de vista neurocognitivo, o cérebro passa a preferir atividades de curta duração e alto estímulo, em detrimento de tarefas que exigem esforço contínuo, como leitura densa, revisões estratégicas ou resolução de questões.
O Mito do “Não tenho tempo para estudar”
Quando o candidato afirma não possuir tempo disponível, geralmente está descrevendo uma percepção subjetiva, não uma realidade objetiva. Análises práticas mostram que, mesmo uma redução de 20% a 30% no tempo de uso das redes sociais, já seria suficiente para inserir:
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sessões de estudo;
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revisões sistematizadas;
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resolução de blocos de questões;
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leitura de editais e diretrizes de prova.
Ou seja: tempo existe. Falta é identificar onde ele está sendo desperdiçado.
Quando a atenção está constantemente fragmentada, o cérebro cria uma sensação de “aceleração” e “escassez”, levando o indivíduo a acreditar que o dia não rende e que nunca há tempo suficiente.
A solução não é abandonar completamente as redes, mas redefinir prioridades. A preparação para concursos médicos exige foco profundo, constância e planejamento, três componentes incompatíveis com o consumo excessivo e desordenado de conteúdo digital.
Ao recuperar parte desse tempo gasto em estímulos vazios, o candidato consegue:
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avançar no cronograma de estudos;
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reduzir a sensação de atraso constante;
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melhorar a qualidade da aprendizagem;
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construir uma rotina mais leve e sustentável.
E, finalmente, passa a utilizar as redes sociais com propósito e não como mecanismo de fuga ou procrastinação.