Fila de pedidos e alta no BPC pressionam o Governo: entenda o impacto fiscal e a importância da atuação pericial
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) atingiu, em 2025, um novo patamar de despesas para o Estado brasileiro. De acordo com o Tesouro Nacional, foram pagos R$ 41,83 bilhões entre janeiro e abril, valor 11,62% superior ao mesmo período de 2024, já considerando a inflação. Desde o início do ano, os repasses mensais superam R$ 10 bilhões, um marco inédito no sistema de proteção social.
A expansão do número de pessoas que se declaram com deficiência, a crescente judicialização e o envelhecimento da população são apontados como vetores dessa elevação. Ainda assim, uma demanda expressiva permanece em espera: mais de 250 mil pedidos de BPC aguardam análise. Trata-se de um cenário que revela falhas estruturais no processamento e reforça os gargalos operacionais da política assistencial.
Esse desequilíbrio se agrava diante de outros fatores. O atraso na votação do Orçamento de 2025 causou impacto direto na administração pública: postergou o reajuste de servidores e dificultou o planejamento fiscal.
O governo afirma que o BPC é essencial para a redução das desigualdades e que o benefício já vem sendo submetido a revisões e auditorias bienais. No entanto, a conjuntura atual aponta para um cenário de aumento das despesas obrigatórias e, ao mesmo tempo, de capacidade reduzida de atendimento.
Diante disso, ganha relevância a atuação da Perícia Médica Federal (PMF) como agente público fundamental na análise criteriosa dos pedidos, especialmente em meio à necessidade de controle e qualificação do gasto público. Em um momento de fragilidade fiscal, é por meio da análise técnica e isenta que se evita o colapso no sistema de benefícios e se garante justiça distributiva dentro das políticas sociais.
Para os peritos médicos federais, especialmente os recém-aprovados no último concurso, e os que ainda almejam ingressar na carreira, esse cenário exige mais do que preparo técnico: é necessário compreender a complexidade dos desafios e assumir a responsabilidade de fazer parte da solução. A fila não é apenas administrativa. É humana. O trabalho pericial é uma das pontes mais concretas entre as necessidades da população e a sustentabilidade do Estado.
Fonte: Estadão